Era uma vez, dois pequenos lobinhos que muito cedo sofreram com a perda dos seus pais.
Na Serra da Marzugueira, perto de Tomar, existem umas grutas desde a época dos mouros.
Na grande gruta, além dos morcegos que faziam dela o seu habitat, viviam dois lobinhos na companhia dos seus pais. Porém, os lobos não eram criaturas bem vistas por aquelas redondezas. Havia que ter cuidado com os inimigos, concretamente com o Homem.
Ora, no dia 24 de Dezembro, véspera de Natal, os pais dos nossos pequenos lobinhos andavam pela serra à procura de alimento, enquanto os seus filhotes dormiam tranquilamente na grande gruta.
Nesse dia, alheio à neve que o rodeava, à espera dos lobos, estava o senhor Zé, mais conhecido na aldeia pelo “rabugento”.
Escondido, ora entre os rochedos, ora atrás de árvores de grande porte, o senhor Zé ficou à coca com a sua caçadeira apontada para aproveitar a primeira oportunidade que surgisse, de maneira a livrar-se dos dois lobos pelos quais não sentia qualquer tipo de simpatia.
Assim, o senhor Zé conseguiu realizar o seu desejo e atingiu os dois animais, mesmo estando em plena época natalícia.
As horas foram passando, a fome começou a fazer com que os pequenos lobos se sentissem inquietos e, por certo, desamparados. Faltava-lhes o calor dos pais!
Sem terem noção do perigo, os dois pequenitos resolveram sair à procura dos seus pais, caminhando na neve que cobria a serra.
Andaram, tombaram… mas sem encontrarem os seus pais, perdendo a sua orientação.
Ao cair da noite que, por sinal, era a noite de Natal, os dois lobinhos estavam no vale da serra, perto de uma povoação, completamente perdidos.
Guiados pela luz, parecida à luz de uma estrela, que vinha do quintal da casa do Miguel, encaminharam-se para lá e juntaram-se ao cão Boby que dormia serenamente na casota, sobre uma manta quentinha.
Há horas de sorte!
O Miguel, logo de manhã, depois de ter aberto os presentes, deixados junto à lareira, foi brincar com o seu cão e, surpreendido, viu os dois intrusos.
Correu a chamar os pais.
Perante esta situação, os três conversaram e resolveram levar aquelas pequenas criaturas para um Parque Natural, pois era o local mais seguro para crescerem em condições.
Assim, os lobitos ficaram em segurança e o Miguel foi o padrinho, dando-lhes os nomes de Estrelinha e de Bolinha.
Feliz, o rapaz pensou que esse Natal fora maravilhoso, porque tinha dado o melhor presente do mundo: salvou a vida a dois seres que puderam encontrar a liberdade e a segurança
Repórter: Bruno M.
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